25 de agosto de 2011

Pessoas fundamentais.

Existem pessoas na nossa vida que são fundamentais. São tão fundamentais, mas tão fundamentais que não conseguimos mais dizer um nome sem também lembrar o nome delas. Identificamos os verdadeiros amigos nos momentos de muita alegria ou de muita tristeza. Estes dois extremos são capazes de revelar; mostrar quem amamos de verdade.
Quando estamos alegres não abrimos mão daquelas pessoas que são essenciais, que gostaríamos que estivessem ao nosso lado, vendo o que estamos vendo e vivendo... E quando estamos tristes sabemos (bem) quais são as pessoas que vão segurar nossa mão. Nós sabemos quem o nosso coração deseja que segure nossa mão. Aí você verifica os seus verdadeiros amigos. As suas pessoas! Agora, por que uns ficam e outros, não? Mistério! Como dói ver que um amigo acabou virando uma pessoa estranha. Não sei dizer porque fiquei amiga de alguém... Talvez àquela pessoa tenha tido uma sensibilidade maior que os outros não tiveram. Algumas pessoas nos olham de um jeito mais aperfeiçoado, têm mais paciência com a gente, mais calma. Algumas pessoas vão ficar pro resto da vida nas nossas vidas. Algumas pessoas transformam nossas misérias em vida e nossa vida, em alegria.
Algumas pessoas possuem o dom de nos apresentar o céu, deixam o nosso caminho bem mais largo, tirando da nossa mente os pensamentos negativos e maus...Nos fazem ver além! E realmente, transformam misérias, em vida. Já está tarde, estou cansada "pácaramba". Foi um dia bem corrido e cheio, mas quero agradecer aos meus amigos verdadeiros- minhas pessoas fundamentais pelo olhar mais aperfeiçoado que eu ganhei e ganho sempre. É muito bom saber que não estamos sozinhos, que vamos ter alguém com quem contar - em qualquer situação da vida. É muito bom saber que mesmo com tantos defeitos e tantas falhas existem pessoas que amam você e que compartilham os dias, as horas, o tempo e até a saudade com você. Pessoas que compartilham risos, alegrias, lágrimas, amizade!
Eu não saberia ser uma pessoa melhor, aliás, não teria esse desejo, se não fossem as pessoas essenciais que fazem parte da minha vida.
"O coração de um verdadeiro amigo é como a terra. Uma terra fértil! O homem passa a vida inteira agredindo a terra, e quando ele morre, essa mesma terra acolhe o corpo do homem. A acolhida dela é tão concreta que ela permite que ele se torne pó como ela, assim como a morte era só morte até encontrar a cruz. A partir do momento que a morte encontrou a cruz, se transformou em vida."
o coração de um amigo é terra santa, que recebe as nossas misérias e as transformam em vida. Quando a minha miséria se encontrou com a terra fértil e santa do coração de vocês, vida brotou!
Obrigada.

8 de agosto de 2011

“Não ir mais para Pasárgada”- Lya Luft

Eu já estava de malas prontas: ia pra Pasárgada— para quem não recorda,ou nunca soube ,é o reino feliz inventado por Manuel,o Bandeira,onde ele iria dormir com a mulher escolhida, na cama do rei.

Bandeira, o nosso, foi um poeta maravilhoso. (Gosto dessa palavra embora ande tão banalizada. Se a gente olhar ou escutar direito,ela ainda diz alguma coisa —e é boa,e forte.)

Lá não tem noticia ruim, desgraça, acidentes, politicagem nem deslealdade. Lá crianças não comem lixo. Lá não existe homofobia, nem declarada nem sutil, lá não se precisa ser competente nem brilhante, ou atleta sexual, ter os melhores cartões de credito, o carro mais potente, o apartamento em Londres ou Paris.

Lá também nao há instituições,e se houvesse,funcionariam.

Lá basta ser gente.

Para lá eu quis escapar deste reino das frases infelizes e atitudes grotescas, dos reis feios e nus, das explicações cabotinas, da falta de providências e de autoridade, da euforia apoteótica de um lado, e da realidade tão diferente de outro. Do que nos ronda insuspeitado ou faz caretas na nossa janela, e a gente nao acredita, nem se mexe, se ficarmos quietos o fantasma desaparece e o diabinho recolhe o rabão.

Eu ia embora porque enjoei da repetição obsessiva de fatos que provocam insônia no noticioso da noite e náusea no café da manhã. Ia partir sem endereço, sem telefone, sem email. Levaria comigo pássaros, crianças, e esta paisagem diante da minha janela (com nevoeiro, porque aí é de uma beleza pungente).

Levaria familia, amigos, livros, música e o homem amado.

Na minha nova e mágica terra eu tentaria não escrever mais sobre o que por estas bandas tem me angustiado ou ameaça transformar-se num tédio: sempre os mesmos assuntos? Só mencionaria o que faz a vida valer a pena: as coisas humanas, bons relacionamentos, escolhas positivas, alegria, vida e morte, e o mistério de tudo.

Talvez escrevesse sobre a dor (mas uma dor decente).

Sobre grandes ou pequenas vitórias, como quem deixou de beber ou de se drogar, quem teve coragem de ter um filho, quem sentiu a glória de se apaixonar com mais de sessenta anos, quem conseguiu abraçar um pai, um filho, a mãe que estava afastada.

Nem problema de transporte eu teria: para Pasárgada se viaja com o pensamento. Ainda bem, pois de avião estava sendo loucura e risco —- ainda outro dia vi num aeroporto um simples pai de familia com uma criança nos braços e outra dormindo no banco a seu lado, que, estava lá há quase 24 horas, e, entrevistado sobre aquele desconforto, respondeu: “A casa já caiu, temos de nos conformar “.

Pois eu acho que nem precisamos nos mudar de estado ou país, nem devemos nos conformar. Resignar se é ajudar a implantar o caos e a negligencia generalizada; a passividade é uma dessas alegrias falsas, que a gente devia questionar. Roubaram meu carro, não minha vida; mataram meu amigo, não a familia toda: por trás desses comentarios, que não inventei, espreita uma resignação maligna, que colabora com o mal que nos fazem.

É para rir ou para chorar? Ora rimos,ora choramos, esse é o novo jeito de ser.

Não em Pasárgada.

Para onde eu também levaria as minhas velhas crenças de que não somos totalmente omissos ou sem caráter, portanto este mundo tem jeito—embora às vezes eu não tenha muita fé nisso.

Uma dessas crenças é que a gente pode,sim,ser feliz. A gente pode até se vingar de toda a chatice, a grossura, a crueldade e angustia,—sendo feliz.

Lembro a história da filha adolescente de um amigo, que, rejeitada pelo namorado, passou uns dias em profunda tristeza, mas de repente apareceu na sala, perfumada, olhos brilhantes, pronta para sair. O pai interroga: Ué, filha, voltou com seu namorado? Resposta de inesquecível sabedoria: Não, pai,eu vou me vingar sendo feliz.

“Feliz?” dirão os céticos, os cínicos ou os simplesmente realistas. Pessoas mais graves e sensatas do que eu.

Quero explicar: é as vezes só um relance, uma sensação de estar em razoável harmonia consigo, os outros, o mundo.Pode ser aquela música escutada sem saber de onde veio, a chuva que cai depois do trovão. Pode ser o trovão. Pode ser a pele incrivelmente doce de uma criança, uma voz amada nos chamando, o filho que nos telefona sem maior motivo do que saber como a gente vai, alguém conhecido na rua que nos abre um sorriso.

Poder dar o pão e o leite para os meninos, botar flores na mesa, trazer um perfume novo para a mulher, preparar um prato especial para o marido.

Curtir a natureza e saborear a arte, atender aos necessitados, preparar crianças e jovens para a vida, cultivar gentileza e carinho na família, olhar para dentro de si mesmo e escutar seus desejos e sonhos, e respeitar seus limites, tudo isso é um bom começo.

Talvez seja uma saída. Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar nossa postura nele.

É trabalho de formiguinha, eu sei: abrir-se para o que existe de positivo. Pois a gente pode descobrir ou inventar as coisas positivas, ainda que em alguns lugares, com algumas pessoas, ou escondidas em nós, para usar algumas vezes. Uma pequena Pasárgada em cada um.

Nossa liberdade, aqui onde nao é Pasárgada, é obrigação de escolher: abro os olhos, não abro? Como essa comida, não como? Saio de casa, não saio? Vou no meu carro, ou, por causa da segurança, chamo um taxi? Telefono, fico calada, mando um email ou risco da lista de meus endereços? (O coração sempre foi meu pior conselheiro.)

Sou boa sou má, sou verdadeira sou desonesta, sou lúcida sou louca, cresço ou permaneço, amo ou abandono, ajudo ou torturo—–e assim, com o leque das possibilidades, me foi dado o tormento das opções. Digo sim ou digo nao,ou simplesmente fujo — quem sabe para essa terra perfeita que Bandeira inventou?

Mas na última hora decidi ficar.

Pois, fugindo, eu me sentiria como quem deserta (...)

Vou me vingar da chatice, da violência, das traições, da burocracia e da corrupção instalada, sendo feliz aqui.

E quando tudo me aborrecer de verdade, quando eu ficar cansada de minhas neuroses e manias, quando as pessoas estiverem demais distraídas, a paisagem perder a graça, a mediocridade instalar seu reinado e anunciarem o coroamento da burrice, —vou espiar o letreiro que fala de uma riqueza disponível para qualquer um, e que botei como descanso de tela no meu eternamente ligado computador: Escute a canção da vida.

2 de junho de 2011

Você tem fome de quê?

Café, leite, pão e queijo. Teve empadinha também. Hoje tomei um café gostoso com as meninas. Hein, um breve comentário; Isis arrumou o quarto antes de ir pra faculdade. Juro! Às SEIS da manhã. Quem, em condições normais de pressão e temperatura arruma o quarto às seis da manhã? Pronto, comentei! Cíntia não viajou até o fundão e Lívia já havia partido para a longa viagem até lá. Enfim, nós três. Foi um café rápido, com uma conversa dali, uma pergunta daqui e umas risadas, porque não pode faltar, mas foi corrido. Pão, queijo, café e leite... Isso nós temos no prato, é fonte de energia que nos faz levantar de manhã e sair para trabalhar ou estudar, correr... Sei lá. Tanta gente faz tanta coisa de manhã. Tanta gente faz nada! Nossa meta primeira é a sobrevivência do corpo. Só que ando pensando... E o alimento da minha alma?

Ontem, no meio da tarde, senti uma fome que me deixou melancólica, rs. Dei conta de que estava indo pouco ao cinema no meio da semana, que tenho me preocupado muito, ficado com medo dos dias curtos. Que tenho estudado muito e que várias vezes minha concentração é egoísta, sabe? Fica focada na matéria, não quer dispersar-se por nada. Fico tensa! Reparei que tenho conversado pouco com algumas pessoas, e senti uma vontade enorme de viajar. A geladeira aqui de casa, afortunadamente, está cheia, e ando até um pouco acima do meu peso ideal, mas me senti desnutrida. Senti vontade de me alimentar!

As revistas, os jornais, tio Bonner e tia Fátima, Twitter e até o facebook , isso tudo nos informa e nos situa no mundo, mas não sacia. A informação entra dentro da casa da gente em doses cavalares e nos encontra passivos, a gente apenas seleciona o que nos interessa e despreza o resto, e nem levantamos da cadeira neste processo. Para alimentar a alma, é obrigatório sair de casa. Sair à caça!

Se não há silêncio perto de mim, quero procurá-lo onde ele se esconde e pegar uma estradinha de terra batida, visitar um sítio, uma cachoeira, ou ir pra beira da praia. O litoral também é bonito nesta época, estou com saudade de Cabo Frio, da tia Lú, do Matheus. Aliás, estou com saudade de tanta gente, meu Deus...
Quero procurar o afeto, procurar aqueles que gostam de verdade de mim. Tirar férias de rancores e mágoas, abraçar forte, sorrir, permitir que me procurem.

Procurar a liberdade que anda tão rara, liberdade de pensamento, de atitudes, ir ao encontro de tudo que não tem regras. Caçar o amanhã, o novo, o que ainda não foi contaminado por críticas, modismos, conceitos, procurar o que é surpreendente, o que possa se expandir na minha frente, o que possa me provocar prazer de olhar, sentir. Quero olhar pra Niterói com olhos de estrangeira, como se eu fosse uma turista. Quero abrir portas!

Arroz, feijão e bife. Pão, queijo, leite, e uma empada pra quem gosta do pecado logo pela manhã como a feia da Cíntia, rs - que de feia não tem nada... Isso nos mantém de pé, mas não acaba com nosso cansaço diante de uma vida que, se nos descuidarmos, torna-se repetitiva, monótona, entediante. Quero engordar no lugar certo. O ritmo dos dias é tão intenso que às vezes não me alimento direito. Esqueço. Que eu entupa minha alma de calorias! Yeah!

27 de maio de 2011

A luz que ilumina meus dias tem nome.

Faz chuva lá fora. Lembro-me da minha vó o tempo todo, todos os dias, mas hoje... Poxa vibe, hoje estou com uma saudade doída da minha velha! Minha vó preferia os dias de chuva lá no quintal- eram dias de paz na casa. Eu e meus primos deixávamos de ser índios e não passávamos o dia no pé de manga. Conversando com meu amigo Dudu contei os vocabulários da dona Alcídia.


Era novembro em Itaperuna. Quase férias. "Juro por essa luz que ilumina o dia", que o pé de manga era mesmo nossa melhor e preferida opção. Antes disso era brincar de pique-bandeira na rua, com os vizinhos, mas vovó vinha logo chamar pro café do tarde: "Hein, vão ficar aí até que horas?"- Percebam que sim, tenho heranças das falas da minha véia. Sei que com 14, 15 anos, já tinha passado da idade de brincar na rua e subir em pé de fruta, mas foi minha infância demorada, ué! Vou contar então que tive meu primeiro namorado aí, nessa época- Minha vó ficava putadavida e falava assim: "Camilla, minha filha. Vê se cria modos! O rapaz chega aqui e você igual um "MULEQUE MACHO." Ah, cria modos, Camilla!" Alcídia Guilhermina tinha vergonha, porque sua querida neta ficava toda suja de terra. Vamos lá: O rapaz, moleque macho e cria modos. Tudo numa frase só! Tem como não amar minha bisa?

Eu descia cuspindo fogo, tomava meu banho e ia namorar. Depois minha vó chamava o João da carroça, mais conhecido como vozão e falava assim: "Jão, espia só. Você precisa conversar mais com o ouro ( meu vô me chamava de ouro).
vovô: Ouro aprontou o que, Alcidinha?
- Uai, não sai do pé de manga. Chega em casa, almoça, faz o que tem de fazer da escola e depois bate bola feito moleque na rua.
Meu avô sábio demais: Alcidinha, o ouro está de namorado. Outro dia até conversei com o cabra lá em cima. Camilla já ajuda a mãe dela. Daqui a pouco ela para de 'bater bola' na rua.
- Vai vendo, vai saindo! Você tem que falar com ela mesmo assim. Falar que ela já é menina- moça. Eu falo, mas olha lá, olha. Adianta nada, não!

Depois que o vô faleceu, minha velha sempre muito ativa e decidida veio com uma história de construir um viveiro no lugar do pé de manga. Acho que ela ficou com medo da minha síndrome de peter pan nunca acabar. Juro que minha vó pergunta se eu conheço meus vizinhos aqui em Niterói e se jogo bola com eles. Quer dizer, se eu bato bola com eles. Até eu explicar que sim, que as pessoas fazem isso... Só que na praia. Ah, meu irmão, até eu explicar isso... Espia só, vai dar muito trabalho! Afinal, já tenho 20 anos e mais do que nunca preciso criar modos.
Ir pra casa é um sentimento de felicidade tão grande, tão grande. Tudo o que eu preciso tem lá. E o pé de manga continua no mesmo lugar. Já o pé de goiaba... Fiquei gordinha demais pra subir. E não é que ela fez o tal viveiro. Rs, como diz a linda da vóvi,

"Até MAIS VER".

23 de maio de 2011

Risando

"Minha neta já está com um vocabulário de tribuno, mas às vezes precisa improvisar. No outro dia me contou que tinha visto uma coisa engraçada na rua e disse:
— Eu risei!
Não deixava de haver lógica no erro. Quem dá risada, risa.
Você pode até argumentar — se for um avô de fé — que rir e risar não são a mesma coisa. Nossa lexicografa precoce pode muito bem ter inaugurado um novo verbo, de grande utilidade na distinção entre dois tipos de reação. Pois não se ri e se risa das mesmas coisas.
Há o que é para rir e há o que é para risar. Rir pode ser um reflexo nervoso causado por alguém (o Kaddafi) ou a alguma coisa (a política brasileira), risar pode ser pura expressão de prazer.
Você ri com ironia, ri com desdém ou ri para não chorar, mas risa com gosto, risa do que lhe diverte ou agrada. As razões para rir se multiplicam, as razões para risar escasseiam. Mas espero que minha neta só encontre razões para risar na sua vida.
Motivos para rir de nervoso não faltam no Norte da Africa e no Oriente Médio, onde se está agora em compasso de espera, um termo militar (ou carnavalesco?) que significa “E agora?”. Marchar para que lado, depois que os ditadores foram derrubados ou estremecidos?
A melhor hipótese é que a revolta tenha sido mesmo modernizadora e não caia nas mãos do radicalismo islâmico. A pior hipótese é que tudo se radicalize, desde o uso do petróleo como arma política até o endurecimento contra Israel, com a contra radicalização de Israel. O que houve por lá foi uma revolução que ainda não se entendeu bem. Enquanto isto, segue o compasso de espera.
Entre os já derrubados e os estremecidos, Kadaffi é o que mais se aproxima da imagem clássica do déspota levantino criada pelo imaginário imperialista, metade sinistro e metade bufão. Sua vaidade e suas poses sintetizam, como caricatura, o tipo — mas no evidente prazer com que veste seus trajes militares e cerimoniais Kadaffi evoca outra figura estranha, o pseudo-árabe inglês T. E. Lawrence, que também gostava de se ver no espelho.
E Lawrence evoca todo aquele período em que o imperialismo europeu desenhava o mapa da região, inventava países e criava reis, e pensava ter estabelecido a paz para sempre."

(Luis Fernando Veríssimo)

Hoje você pode ter recebido uma notícia bem ruim e sua namorada pode ter terminado com você bem no dia em que seu time foi campeão. Pode estar de saco cheio por ver seu país do jeito que está e ficar puto da vida, porque SÓ AGORA apareceu na tela da sua televisão uma Amanda Gurgel fazendo de você um ser pensante e crítico- até tinha aparecido antes, mas é que só agora você ficou "puto da vida". Você sentiu uma dor danada no estômago ao saber do barco que afundou lá em Brasília, e que neste momento há várias famílias desesperadas. Você já não aguenta mais voltar do trabalho e encontrar aquelas crianças te chamando de tio(a), pedindo um trocado. É muita discrepância, né? Logo ali tem um apartamento de luxo e dentro dele existe uma outra que estuda na melhor escola da cidade. É, eu sei...
Você fica se perguntando todos os dias o que vai ser das pessoas de rua. E aí, "comofas"?
No frio que tem feito você não consegue dormir, porque sabe que em algum lugar, alguém não tem como se proteger. OU melhor, várias pessoas não têm. Está tudo errado!
Sei que hoje o dia pode ter começado meio torto. Logo pela manhã seu médico avisa sobre uma doença grave - 'Pô, mas ontem eu estava rindo pra cacete, doutor!'
Você pode estar cansado de ver tanto preconceito, assistir seus amigos falando tanta coisa que não sabem, não vivem... E cá entre nós? Lá no fundo, bem no fundo, sua vontade é de gritar: "Deixa o cara ser o que quiser, meu! Vive a sua vida. O direito é dele!"
Hoje você deve ter olhado sua carteira e ter visto só uma moeda de cinquenta centavos e extrato bancário. AAAH, não! Tem uma nota de dois reais bem dobradinha. Deve ter sentido uma saudade de doer. Sei lá... De casa, do seu amigo, da sua vó, da sua mãe, do seu cachorro. Saudade, ué! Hoje você pode ter acordado borocoxô, mas tem prova quarta. Vai estudar!
Não importa se você não tem motivo algum para "risar" agora. Estou pra te dizer que você só saberá a razão de um dia triste lá na frente. Resta pra você hoje, irmão, crescer! Hoje eu desejo que meus amigos tenham muitas razões para RISAR! Risar até o estômago doer. Até todos os músculos do rosto pedirem 'ARREGO, pelamordedeos!'
SE a desigualdade te incomoda, continue incomodado. Risa, você não é estático! E procura uma forma de manifestar-se.Se você tem um amor, dá uma risada, mas se você sofre por um, dê uma também. Vai passar. Se você tem um lugar pra voltar, dá uma risada. Se você tem amigos, matéria pra estudar, programação no fim de semana... Risa aí! Se você tem pra quem ligar, músicas pra ouvir e cantar, risa. Não existe só o lado ruim das coisas. Nunca existiu,nem vai existir. E vou repetir; só na frente, bem na frente você vai descobrir que não.
E se você cansou de ler pode risar, porque acabei. Hein, estou achando que risar é sua melhor opção hoje.

18 de maio de 2011

"Oi, Millú "

"Não há nada que nos dê mais segurança emocional do que não “precisar” dos outros, e sim contar com os outros."
Conheci o Fillipe Teixeira Tinoco Rodrigues no ensino médio. Ele é o modelo de cueca mais bonito que já vi na vida - Hahahaha. E vai me matar ao ler isso!!! Digo sem medo nenhum de errar que nossa amizade não tem, nem cobra relação alguma com o tempo.Uma amizade iniciada na escola e também uma empatia,que sempre estimula confidências nunca feitas. Nunca vou me esquecer das vezes que contrabandeamos os livros da Sônia Lopes, das vezes que dividimos passatempo com a Isa Zampier nos intervalos (Saudade, amiga!), das vezes que ficávamos horas no barzinho da esquina fazendo um picolé durar uma aula de matemática. Das vezes que ficávamos falando sobre o futuro, sobre a vida, sobre medicina, sobre dinossauros- talvez. Uma vez recebi esse e-mail/ carta num momento difícil. Salvou "meu mundo"! É sempre bom ter alguém com quem partilhar, sabe? Você espera um ouvido... E acaba ganhando bem mais que isso. Queria dizer que isso aqui é muito, muito pessoal, mas que todos os dias eu abro meu e-mail para ver que o Fillipe é bem mais que um amigo, é obra de Deus pra tudo o que eu vivo aqui. Sei o médico maravilhoso que ele vai ser. O pai sem igual, e o marido sem defeito. É...QUASE sem defeito. Rs! Às vezes a gente fica procurando um motivo pra agradecer;louvar, mas na verdade motivo é o que não falta. Nunca achei palavras pra dizer o quando sou grata a Deus por ter você, amigo. Não sei se este aqui é o jeito certo, mas quero dizer que meus olhos ainda não viram uma pessoal igual a você. Não importa a distância, os meios... Sei que seremos amigos. Sempre!


"Querida Camilla,

Ter lido seu scrap me disparou a vontade de dizer umas coisas que fiquei pensando depois que a gente se encontrou. Diga-se de passagem, tivemos pouco tempo pra colocar tanta conversa em dia. Ainda sobra um resto de saudade. Acho que vai fazer parte desse amadurecimento/envelhecimento aprender que ter amigos, às vezes, vai ser viver com saudade.

Você é uma pessoa que me emociona muito. Sua maneira de encarar a vida é inspiradora. Sei como deve tá sendo difícil esse momento pelo qua você passa. Mesmo assim, você não deixa de espalhar seu sorriso, sua alegria, seu abraço e seu amor ao próximo. Você teve força até agora pra traçar uma trajetória árdua que, tenho certeza, vai terminar com seu objetivo alcançado. Não digo que você será, um dia, vitoriosa, pois é impossível não te enchergar como tal desde já. Você tem vencido cada dia como alguém que ama a Deus e tranparesse isso nas suas atitudes e conquista quem te cerca. Não dá pra olhar pra você de forma diferente.

É tão compreensível, que toda essa força que você tem uma hora se esconda. Daí, você se encontra frágil e com medo (como você disse), sempre pensando na mamãe em BH, na avó em Itaperuna e nos amigos espalhados por aí, mas que você gostaria que estivessem perto de você. Tem gente que já é derrubado por muito menos. A questão é que você deve lembrar que estão todos torcendo por você e dispostos a te amparar e suportar sempre que necessário. Vocé é muito querida. Tenho certeza disso. E principalmente, há um Deus em quem você pode descansar e repousar, enquanto Ele trabalha por ti. Um Deus de um tempo peculiar, difícil para nós humanos entendermos. Um tempo que não se conta em segundos, horas, meses ou anos, mas é perfeito, vem do alto e corre segundo o plano daquEle que quer nosso melhor. Todas as minhas palavras ou quealquer ombro amigo não chega perto do consolo e da paz vinda de Deus e disso nós sabemos. Deus te honrará e te foratlecerá. Então, vai ter muita gente feliz daqui a pouco, celebrando sua transformação em uma médica humana e comprometida com a vida.

No pouco que aprendi depois que decidi pela Medicina é que um médico não se faz só de tecnologias duras, do domínio de procedimentos e do saber como manusear aparelhos. Um médico se faz de sensibilidade, de um olhar atento ao outro, um olhar que não separa o corpo físico da mente ou do espírito, de inteligência para se relacionar com os humanos e sua infinita complexidade. Podem tentar ensinar muitas coisas nos bancos da universidade, mas pessoas como você já trazem muitos outros saberes acumulados e que são essenciais para se tornar um médico. Um médico deveria ter um senso de responsabilidade por aquele o qual se põe a cuidar; algo como alguém quando se depara com uma garotinha que não falava a dias, mas não desiste nas primeiras tentativas de tirar dela algumas palavras e sorriso, se aproxima de sua história e experiência e então cuida, cura... A necessidade de cuidar do outro é algo tão intrínseco àqueles em que disperta a vocação da Medicina. É isso que alimenta os nossos sonhos de um dia sermos um desses chamados de doutor por aí. Por isso eu te falo: pra mim é muito fácil ver alguém como você seguindo este longo e apaixonante caminho que é a Medicina.

Também aprendi coisas não tão legais. Na medicina, vamos nos deparar muitas vezes com disputas de egos e prepotênica pra todo lado. Digo isso pra que você seja mais uma vez forte para não se abalar por aqueles que não compreendem seu momento e seus sentimentos, aqueles que não retribuem carinho, que devolvem insensibilidade, que fazem da vida uma competição. Passe por tudo isso com sua leveza e alegria.

Você tem um sonho que ninguém vai tirar de você. Você tem um ideal que não vai se quebrar por nada. Você não quer o caminho mais fácil nem o de volta. Tenho a impressão que são assim os sonhos que se realizam.

Beijos,

Fillipe"

Fizóides, eu te amo! Obrigada.
ISA,SAUDADE SEMPRE! "Todos os dias o sol nasce para ver seu sorriso lindo, e eu sou dependente dele."

3 de maio de 2011

Você não perde nada em acreditar.

Acho que este é o tempo mais bonito da igreja. Tempo de renúncia, arrependimento e perdão. O tempo da volta! Domingo, no capítulo vinte, João me contou que Tomé não acreditou que Jesus tinha aparecido quando os outros discípulos lhe contaram. O bobinho respondeu bem assim: "Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei." Quantas vezes você já se sentiu como Tomé? Não só pelo fato de precisar ver para acreditar, mas Tomé era sozinho e escolhia estar sozinho.Tadinho!Ele não estava junto dos onze quando Jesus apareceu- e estou pra dizer que Tomé só viu Jesus, porque ele permaneceu com os discípulos. Não foi embora! Escolheu ficar. Ninguém nasce pra ser uma ilha, pra se isolar e se limitar nos próprios conceitos. Ninguém serve pra ser amparo de si próprio. Eu quero a graça de ser uma pessoa de fé,sabe? Eu tenho consciência do que a fé é capaz de fazer, só não tenho essa fé. Quero uma fé que me cure quando preciso for. Quero uma fé que toque minha mãe lá em Belo Horizonte, mas também quero ser mais de uma. Quero ser comum-união com as pessoas,ser comunidade.Ser amiga quando alguém precisar da minha amizade. Saber que em muitos dias quero ser Tomé, mas que não nasci pra ser esse cara, não. E se eu estivesse lá no dia da aparição, quando Jesus falasse: "Bem-aventurados os que não viram, e creram", eu ia perguntar: "Senhor bem mais aventurados os que não viram ,e creram juntinhos, né? Rs" Obrigada por ser um Deus tão apaixonado por mim... Logo por mim.Sou cheia de falhas, toda limitada, feia na maior parte dos dias, mas és um Deus apaixonado por mim. Obrigada por tanto sacrifício e perdoa todas às vezes que machuquei seu coração ao me afastar do meu próximo. Conceda-me Senhor, uma fé viva, que seja capaz de testemunhar seu amor. Conceda-me a graça de saber estar perto. Sempre perto, nunca longe. Nunca distante. Amém!

5 de abril de 2011

Ele me fez ver mais além.

Quero agradecer a Deus por estar viva. Quero agradecer por ter andado por todos os lugares onde andei nos últimos dias, e ter vivido tudo o que vivi. Quero agradecer a Deus por eu ser exatamente como sou. Experimentei um Deus maravilhoso, presente. Um Deus que não sabe outra coisa senão amar.Quero mostrar minha gratidão pelos milagres que vi- algumas pessoas esperam grandes acontecimentos. Não sabem reconhecê-los nas pequenas coisas. Eu vi milagres nas pequenas coisas! Posso dizer que os vi em vários momentos dos meus dias. Todos os dias! Verdade.
Quero agradecer a Deus, porque Ele me ensinou a desvendar detalhes meus que eu nem conhecia. Por eu ter levantado todas às vezes que levantei, com coragem pra enfrentar os desafios do dia. Por me mostrar os amigos, a família e mais que isso: Por mostrar-se presente neles. Quero agradecer a Deus, porque em nenhum momento Ele olhou minhas falhas, meus pecados. Descobri que Ele não olha o quão pequena eu sou. Quem olha isso sou eu, ao perceber o quanto Ele é grande. Fiel! A única penitência que tive foi a reflexão.
Quero agradecer a Deus, porque sua superioridade está na compreensão das diferenças, na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade. À luta, esperança, vida! Quero agradecer por todo "amor em gestos" que meus olhos viram...Quero agradecer a Deus por toda vez que Ele sorriu pra mim,e por toda vez que vi além do que os olhos podem ver.
Amém!

Evite as suaves prestações.

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que vem trazer informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e "os pingos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: Então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar. Viva! Respire!

3 de março de 2011

À todos os tipos de coração

Você já amou alguém na vida? Se sim, isso é raro. É uma benção! Sempre pensamos que só vamos amar uma pessoa na vida. E então você encontra outra pessoa. E parece loucura o fato de que você já esteve preocupado com isso.
Você percebe que seu coração possui o poder de se recuperar. Você supera, é surpreendido(por você mesmo).
Ninguém tem apenas uma alma gêmea. Seria um sistema estúpido. Totalmente estúpido! Existe mais de uma alma gêmea pra cada um. Pra cada pessoa. Quando se trata da nossa própria vida e história não paramos pra pensar nisso. Eu sei! Vale a pena? Hein? Bom, se você toma seus remédios nos devidos horários, paga seus impostos, e nunca fura filas... O universo ainda dará pessoas para amar. Se elas passarem pelos seus dedos como água? O que sobra? Você já amou alguém na vida? Isto é raro. É uma benção. E acontecerá mais de uma vez!

26 de fevereiro de 2011

Olhe para o lado



Podemos nos entristecer por vários motivos ou por nenhum motivo aparente...A tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos sentí-la.
Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.
Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.
Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento, gente!
Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.
Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Tá, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada... Hoje eu conversei com um padre muito querido não só por mim. Encontrei um amigo e contei sobre minha semana. Encontrei vários amigos hoje.Tomei sorvete com o afilhado mais gênio e fofo do mundo. Comi na rua. Comi besteira! Fiz as unhas. Liguei pra uma amiga especial. Conversei com o cara que me vendeu um carredor de celular na barraca da praça (E foi divertido). Beijei minha vó... Disse o quanto a amo. Conversei com minha melhor amiga: minha mãe. E eu me senti em casa! Eu me senti dentro de mim, sabe? Na minha pele. Olha, eu tenho sofrido várias coisas... Tem doído pra cacete, mas quer saber? Triste é não sentir nada. Eu tenho pequenas e grandes coisas que fazem de mim uma pessoa muito feliz. Olhe para o lado. Seja feliz! Leu isso? Seja feliz.

25 de fevereiro de 2011

As partes interessadas vão concertar medidas para resolver as divergências.

Ontem li uma frase que dizia assim: "O homem que diz "tô", não tá. Porque ninguém tá quando quer." Bom, não sei mesmo em que circunstância a escreveram, mas sei a minha. Sei o que essa frase significa e também sei o que não significa pra mim. As palavras elas possuem o poder de me tocar, sabe? As palavras têm o poder de me afastar, aproximar, afetar, destruir, magoar. As palavras me fazem crescer. As palavras, as frases... Elas me fazem pensar. Eu amo quando as pessoas sabem usar palavras certas nas melhores horas. E amo quando usam palavras erradas sabendo concertá-las depois. Quando eu digo que estou... Eu estou com tudo de mim. Eu nunca estou pela metade. Eu sei quando sou absoluta. Sim, eu sei. Quando eu quero estar, eu permaneço. Faço meu ninho. Não vou embora. Tento! Quando eu não quero estar... Nem adianta. Não estou. Não fico e fim! Quando eu penso em desistir - mesmo querendo ficar, mesmo querendo estar, penso duas vezes... Mas quando decido não permanecer... Quando decido ir... Eu não só decido ir, mas cobro aquilo que prometi pra mim mesma todas às vezes que penso em voltar atrás. Quando eu escolho estar pra mim mesma, faço de mim uma pessoa muito feliz. Descubro em mim as palavras que me tocam, aproximam que me fazem crescer e repito todos os dias olhando pro espelho. Então: Quando eu digo que estou, eu estou, porque eu sempre estou quando quero!

7 de fevereiro de 2011

Até breve, casa.


Há dois anos venho tentando aprender a me despedir de casa, de Itaperuna, dos meus, dos meus amigos, da igreja, dos lanches à tarde, das visitas em casa, das risadas nos restaurantes, das caminhadas, dos dias, das cartas entregues na minha mão, dos gestos, das coisas incríveis que aqui acontecem, mas nunca, nunca consigo aprender. Sempre, Sempre é o mesmo nó na garganta antes de voltar. Dói! Dói de verdade. Dói não saber quando voltar, não saber se você está perdendo muito e ganhando pouco... Dói sentir saudade. É tanta saudade...
Dói reconhecer que às vezes eu caio e, que às vezes (na verdade muitas vezes), tenho de levantar sozinha. Por minha própria conta. Dói saber que em “casa” é bem mais fácil, mas escolhi o mais difícil. E o difícil também dói. Eu fico esperando com ansiedade o dia de voltar. Parece que aqui o meu coração fica mais leve. Mais alegre! Eu amo tudo, TUDO o que tenho aqui. Citar cada nome vai dar uma lista enorme. Citar cada dia, cada conversa, cada experiência vai dar uma lista maior ainda. Tudo isso aqui é minha herança. Obrigada Deus, por eu ter sempre, sempre este lugar maravilhoso para voltar e reconhecer que é meu.

Drummond

"Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá. Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado. Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz. Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação. Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer. Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado. Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais. Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar. Difícil é mentir para o nosso coração. Fácil é ver o que queremos enxergar. Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.Fácil é dizer “oi” ou “como vai?”Difícil é dizer “adeus”. Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas… Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa. Fácil é querer ser amado. Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama. Fácil é ouvir a música que toca. Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas. Fácil é ditar regras. Difícil é segui-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros. Fácil é perguntar o que deseja saber. Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta. Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade. Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria. Fácil é dar um beijo. Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro. Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro. Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica. Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado. Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho!"

2 de fevereiro de 2011

Nem os esquisitos

"Ninguém escolhe ser esquisito.A maioria nem percebe que é esquisito até ser tarde demais para mudar...Mas não importa o esquisito que você acaba sendo.As chances são de que ainda exista alguém pra você.A não ser que tenham seguido em frente, porque quando se trata de amor, nem os esquisitos podem esperar para sempre."

"A paz que eu busco agora, nem a dor vai me levar"

Não entendo a tristeza como ausência de felicidade. Acho que elas coexistem. Somos felizes e tristes. Felizes, porque tentamos entender nossa missão. Tristes, porque assim tem de ser. A tristeza nos empresta o respeito ao outro e percepção mais aguçada da dor. Talvez tristeza seja ausência de riso fácil,não de felicidade. Deus, não deixe a tristeza me afastar da sua presença. Fica aqui comigo! Tenho fracassado muito, estou triste, mas quero ser e sou muito feliz!Quero não desistir e tentar de novo... E quantas vezes for preciso.

28 de janeiro de 2011

Duas décadas.




Caraca... Parece que foi ontem a minha primeira pior e melhor nota no ensino fundamental, a primeira vez que andei de bicicleta, que toquei piano, que brinquei na rua. O primeiro assunto sério com meu pai: garotos. (e sei que meu pai lá do céu comemora não só este dia, mas todos os meus dias), meu primeiro amor, meu primeiro beijo, minha primeira melhor amiga, minha primeira alegria, minha primeira tristeza. Enfim, o tempo passa bem rápido, né? Tudo, tudo tem um significado enorme e a gente quase nunca para pra pensar nisso - Nas primeiras vezes de várias coisas que acontecem na nossa vida. Eu não gosto (muito) de aniversários. Não sei, não tenho um motivo importante, justo. Só não gosto tanto quanto os meus amigos que já ligaram me convidando para a “grande festa” que vai ter na minha casa. Sim, fui convidada!
Minha primeira surpresa de hoje foi minha mãe (minha amiga fiel), ter vindo de Belo Horizonte para ser a primeira a me abraçar e a segunda, foi a linda da minha vó, que sempre me faz chorar com as palavras que diz. Eu não espero presentes... É isso que eu quero dizer, mas eu busco toda fé que existe no meu interior, e peço a Deus que tire de mim todo medo e toda culpa de sentir prazer. Que exista uma fase duradoura na minha vida em que eu possa criar e recriar a vida à minha imagem. Peço pra Ele me ajudar a vestir todas as cores, experimentar todos os sabores. Entregar-me a todos os amores, sem preconceitos. Sem pudor até. Peço entusiasmo, coragem e disposição para sempre tentar algo novo e de novo, e de novo e quantas vezes for preciso. Quero fazer planos e ter energia o suficiente para realizá-los. Quero me encantar cada vez mais com a vida e viver apaixonadamente. Quero ser feliz. Mais feliz! É isso que eu quero de 20 anos. Quero a chance de fazer novos amigos, cultivar os queridos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas. Sorrir novos motivos e chorar outros. É.. talvez eu goste de aniversários. Hahaha. Parabéns pra mim!

27 de janeiro de 2011

Onde é o seu mundo?


   A hora do almoço na cada da vovó é sempre carnaval. Na verdade, a alegria que sentimos quando estamos reunidos é carnaval. Hoje a sobremesa foi rever várias fotos. Vimos fotos dos meus primeiros passos, das tardes de vídeo-game dos meus primos, dos casamentos das minhas tias, da barriga imensa da minha mãe quando grávida, das reuniões de família quando o vovô era vivo (nosso anjinho), os aniversários com todos os vizinhos presentes comendo pipoca, algodão doce, brigadeiro. Fotos da minha formatura do jardim de infância, e das tardes de café com pão.
  As fotos param o tempo. Já pensou nisso? Elas eternizam momentos que nunca mais vamos esquecer. O que ficou nas nossas fotografias foi a certeza de que sempre seremos família. Sempre seremos apaixonados um pelo outro. Quando eu fui embora pra Niterói acreditava encontrar um MUNDO, sabe? Realmente encontrei coisas que me conquistaram, mas quer saber? Aqui é o meu mundo. Minha família reunida depois do almoço rindo e chorando com as fotos é um mundo muito feliz. Olhar minha vó realizada é o mundo pra mim. Saber que ainda terei vários momentos olhando fotografias deles, com eles e com meus amigos - já que alguns fazem parte da minha família, é o mundo pra mim. Meu mundo está aqui! Na felicidade dos meus, no sorriso deles, na história que escrevemos juntos.

26 de janeiro de 2011

Vai além.

Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.
Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos. Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos!
Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos. Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta. Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país. Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon. Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado. Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador. Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.