26 de fevereiro de 2011

Olhe para o lado



Podemos nos entristecer por vários motivos ou por nenhum motivo aparente...A tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos sentí-la.
Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.
Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.
Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento, gente!
Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.
Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Tá, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada... Hoje eu conversei com um padre muito querido não só por mim. Encontrei um amigo e contei sobre minha semana. Encontrei vários amigos hoje.Tomei sorvete com o afilhado mais gênio e fofo do mundo. Comi na rua. Comi besteira! Fiz as unhas. Liguei pra uma amiga especial. Conversei com o cara que me vendeu um carredor de celular na barraca da praça (E foi divertido). Beijei minha vó... Disse o quanto a amo. Conversei com minha melhor amiga: minha mãe. E eu me senti em casa! Eu me senti dentro de mim, sabe? Na minha pele. Olha, eu tenho sofrido várias coisas... Tem doído pra cacete, mas quer saber? Triste é não sentir nada. Eu tenho pequenas e grandes coisas que fazem de mim uma pessoa muito feliz. Olhe para o lado. Seja feliz! Leu isso? Seja feliz.

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